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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Da fragilidade dos relacionamentos imaginados

Escrevo este ensaio de maneira particularmente empírica, e o escrevo porque os fatos que aqui vão ser citados me levaram a pensar em algo em que eu nunca havia pensado, e que não sei se as pessoas que falam sobre o contrário do que eu vou falar algum dia pensaram.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

O Bom Homem

Da veracidade dos fatos que aqui narrarei pouco se sabe, mas prometo tentar reproduzi-los tais quais me foram contados, há tempos imemoráveis, por alguém que agora também já não me lembro, mas de cuja honestidade ninguém jamais houve de duvidar. Você, não obstante, reserve-se o direito de não acreditar em uma palavra sequer do que digo, pois eu-eu-mesmo também encontrei resistência quando me juraram esta mesma verdade que lhe juro agora.

sábado, 23 de novembro de 2013

As músicas da minha vida

Bom dia.

São quase seis da manhã agora e eu vim aqui escrever este post porque não consigo dormir. Aliás, este post não é inédito; lembro de tê-lo feito há alguns anos, num blog que já não existe mais, e a ideia veio de uma querida amiga com da qual a vida me afastou sem que eu soubesse mais notícias: Josy. Saudades, Josy. Volte.

O título do post resume tudo. Vou falar das músicas que entitulo "da minha vida" pelo fato de me tocarem profundamente (ó o innuendo) por motivos que tentarei explicar e porque acho que a galera não pode passar por essa vida sem ouvi-las. Para me poupar de ter que elencar em ordem de preferência, vou preservar a ordem alfabética. Vem, gente.

terça-feira, 2 de julho de 2013

{­ ­ ­ ­ }

It starts with a spark
A small, tiny spark
A particle of pure light
that grows very bright
And it shines
and sparks its shining light
and brights even brighter

until it becomes a flame
a core of pure fire
and then passion
and desire
The flame blazes

And grows stronger!
     and bigger!
          hotter!
               brighter!
And it glimmers!
     and it glimpses!
          and it's bigger!
               and it glows!

All that might of a burning sight!
All that strength of a flaming light!
The brightest light that once could shine
shows its greatness in the skies

And then it BURSTS
into the utmost glorious night!

.....
....
...

And then it's over.

And in a heavenly sight
of a sad teary eye
All that lasts
is the emptiness of a life
A full spectrum of colors
blend into the infinity of an empty cry.

Empty words in an empty world
Empty promises to an empty soul
Empty smiles to an empty face
Ornated by empty pearls of light
Empty sighs reverberate in the space
Days go by at a slowish pace

The brightest light that once could shine
Shone its light, but had to die.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Vou comprar cigarro

"Eu te segurei forte contra mim
Você escorregou pelos meus braços
Você prometeu que voltaria para mim
E eu acreditei"

Não sei se foi mesmo. Talvez tenha ido a outro lugar, ou a lugar algum, mas o que sei decerto é que não voltou. Um “já volto” prosaico saiu de sua boca antes de sair por aquela porta e assassinar um pedaço de mim, por bem ou por mal, por querer ou não. Morreu. Ao contrário de você.

Ou será que você morreu? Não sei. Talvez tenha sido atropelado no cruzamento ali da esquina, ou então se perdeu do caminho de casa e caiu na areia movediça lá onde Judas perdeu as botas. Quando eu era criança, imaginava que, quando alguém caía na areia movediça, ia parar em outro mundo. Talvez isso tenha acontecido contigo: foi parar em outro mundo; talvez aquele mundo em que existíamos nós dois e nada mais, lembra? Aquele mundo em que éramos “felizes”, com aspas não tão literais quanto possam parecer. Acho que nosso ideal de felicidade era romântico demais.

Mas você disse que ia comprar cigarros. Sentado à mesa do café, lendo meu jornal com óculos que me pesam o cenho, fumando o mesmo cigarro que você costumava fumar quando ainda existia nesta casa que já não é mais um lar, eu espero que você volte com qualquer desculpa esfarrapada

— No bar do Zé tinha acabado, precisei ir buscar lá no outro lado do universo, por isso demorei.

e que eu sorria um sorriso de canto e procure alguma verdade em seus olhos; e que eu tente e consiga dar conta do que perdemos durante a sua viagem; e que eu não desperdice mais nenhuma manhã cinzenta de domingo escrevendo linhas tortas sobre a sua ausência.


Talvez agora eu entenda melhor as famílias das vítimas da ditadura. Talvez a mão da Morte seja mais cortês do que a da Dúvida na hora de tocar-me o ombro amigavelmente.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Providência divina

Sei que um ônibus cheio não é o cenário mais romântico, mas, feliz ou infelizmente, é nele que acontece o que narro. Quatro ou seis cabeças alinhadas obstruem a vista da frente. Os bancos altos contribuem, assim como as pessoas em pé. Não vejo muito além de rostos cansados ou sonolentos ou as duas coisas, indo ou vindo de ou para casa. Não sei. Estou de olhos fechados e, nesse instante, o mundo se resume às minhas agruras, pensamentos e silêncios. Daqueles, muitos afluem e vez ou outro me vem um ou outro que me faz lembrar você; aquelas coisas todas, nossa vida, flashes, frames, momentos, frases soltas, palavras que dissemos sem querer e querendo, nada mais do que eu e você em toda a nossa infinidade. Mas depois... Depois me vem a incerteza de que você voltará a fazer parte da minha vida e de que um dia teremos outros momentos para eternizar. Então a boca se torna amarga e a tarde perde um tanto de sua formosura por um instante ou dois.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Reclusão

Não é estar sozinho. Também não é solidão. Na verdade é, mas uma de um tipo diferente. Uma solidão ensimesmada, que independe do fator estar sozinho, ainda que seja aquele sozinho cercado de pessoas. É algo íntimo, introspectivo, como um embrião, que cresce mas não é possível dar à luz, pois ele é Seu demais para se externalizar. É como ter-se como único capaz de compartilhar a própria angústia, pois a felicidade desconhece esse tipo de confinamento. A solução talvez não exista, pelo menos sem a ajuda de um terceiro. Amigos, amo a todos, mas não quero aborrecê-los com o que não lhes diz respeito. Além do mais, de preconceitos já bastam os meus e de julgamentos, os do mundo. Quero compreensão, aceitação e um afago, se possível, mas de quem, senão de meus outros eus, eu poderia esperar tal comportamento? De ninguém, eu arriscaria. Talvez esteja aí a função da poesia, que não me agrada, mas também não me maltrata. É como uma companheira neutra, que aguarda junto comigo nesta sala de espera que é como água potável: incolor, insípida e inodora. Antes fosse amarga como a vida ou doce feito os sonhos que eu um dia tive, mas não é. Continuo a esperar, eu e a poesia, por um amanhã que não sei se um dia virá. Mas por isso estamos aqui, na sala de espera, que carrega esse nome por uma razão. Quando for minha vez e meu nome soar, caminharei rumo ao meu destino com passos firmes e queixo erguido, mas, enquanto isso não acontece, de pernas cruzadas permanecemos, eu e a poesia.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A máquina e o ancião


Tempo.

Queria ter tempo. Não que eu não tenha, ou que eu não tenha o bastante. Na verdade eu não tenho, de fato, mas é de outro tempo que eu estou falando. É um tempo nostálgico, bucólico, modesto, com um sabor diferente do tempo ocioso que muitos desejam, assim como eu. Mas não é esse, é o outro. Queria ter o tempo das pessoas que vejo partirem ou chegarem dentro de ônibus de viagem; queria ter o tempo das pessoas dentro dos aviões; queria ter o tempo do final da tarde, da volta pra casa depois do trabalho; o tempo que os casais de adolescentes que gozam da primeira paixão têm para andarem de mãos dadas pelas ruas arborizadas; queria ter o tempo da relva, da campina, da casinha no meio do campo infinito sob o céu cheio de nuvens fofas, brancas; o tempo de se sentar sob a árvore e fechar os olhos; o tempo de estar envolto pelo cobertor num dia frio e chuvoso; o tempo de comer pipoca e assistir a um filme no sofá da sala; de ir ao mercadinho da esquina caminhando, sem pressa; de pegar o violão e brincar de fazer música; de pegar o caderninho e brincar de fazer versos...

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

13:00

Às 13:00 daquele dia a sua vida já não estava mais nas suas mãos. Tiraram-na do seu domínio com o seu consentimento, mas foi uma medida necessária; só assim você poderia tê-la novamente, num futuro que talvez nem chegue. Não há muito o que possamos fazer... Você estará em silêncio por muitos, muitos dias, e eu estarei aqui, seguindo adiante como a vida me permitir.

Por três dias.