Noite dessas eu tive um sonho.
Sim, um sonho, como outro qualquer. A diferença é que você estava nele. Mas não
foi um sonho feliz, não; foi um sonho triste. E foi triste por um único
detalhe: nele você ainda fazia parte da minha vida... Sim, eu sei, já faz muito
tempo e agora, provavelmente, você já nem se lembra de que eu existo. Ou, se
lembrar-se, já não tenho mais nenhuma importância – se é que cheguei a ter
importância um dia.
segunda-feira, 23 de julho de 2012
domingo, 22 de julho de 2012
Prólogo
Tempos estranhos estes em que vivemos. Deveras. Estranhos, incertos, indizíveis... Muitos adjetivos cabem aqui. Ainda assim, são tempos em que as pessoas se julgam felizes. Eu, particularmente, acho que elas já foram mais felizes, só não sabiam disso. Uma pena.
Meu nome pouco importa agora. Nada importa muito. Apenas eu e você. Eu e a história que vou contar. Mas, antes, é de extrema importância que você saiba, que entenda e aceite que eu existo. Não existo simplesmente porque digo: existo porque sim, porque você precisa saber disso. Existo tanto que me sentei neste chão macio para contar-lhe esta história aqui do alto, onde eu alcanço a todos, mas ninguém me alcança.
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Natan
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22:19
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sábado, 21 de julho de 2012
Aquele vestido bege
O relógio da estação marcava cinco horas. Lá estava eu, sentada num dos bancos próximos à plataforma, como de costume, esperando que ele voltasse para mim. Todos os dias a mesma coisa, mas eu não me incomodava. Eu o amava, e encontrá-lo todas as tardes na plataforma central da estação era a melhor coisa do dia.
Eu usava o meu vestido preferido, aquele vestido bege com detalhes em branco, um pouco rodado, que me deixava um tanto jovial. As pessoas passavam junto com as horas, e logo as cinco da tarde se tornaram seis. Permaneci sentada, esperando que meu amado voltasse para mim. Não me preocupei; ele era um homem bastante atarefado e, às vezes, atrasava-se com seus afazeres. Nunca me preocupei. Permaneci sentada.
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Natan
às
03:23
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quarta-feira, 18 de julho de 2012
Cortejo
Surgiu meio que do nada, uma conversa estranha, meio que dúbia. Ele surgiu meio do nada, não tão dúbio assim. Na verdade não queria dizer nada, estava apenas ali, até que começou com aquela conversa, aquela conversa prosaica que logo virou lábia e acabou em lugar nenhum. Na verdade, minto; acabou na Rua das Palmas, número 5. Uma passagem rápida por lá. Nada de cerimônia; só um cumprimento pra ver como as coisas andavam.
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Natan
às
05:11
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