quarta-feira, 18 de julho de 2012

Cortejo

Surgiu meio que do nada, uma conversa estranha, meio que dúbia. Ele surgiu meio do nada, não tão dúbio assim. Na verdade não queria dizer nada, estava apenas ali, até que começou com aquela conversa, aquela conversa prosaica que logo virou lábia e acabou em lugar nenhum. Na verdade, minto; acabou na Rua das Palmas, número 5. Uma passagem rápida por lá. Nada de cerimônia; só um cumprimento pra ver como as coisas andavam.

Não regressou àquele endereço. Ainda. Não houve conversa prosaica de novo. Ainda. De qualquer forma, não passaria do que passou, não. Ele tinha suas condições e eu as minhas, e ambas eram incompatíveis, além deque minhas pretensões iam além, bem além. Limitado, era isso. Bastante limitado. Ainda assim, a vontade de tanger aqueles limites me convidava a negociar melhor os termos do contrato.

Mas eram muitas cláusulas a serem estudadas e, talvez, remanejadas, além de que minha casa de morada me bastava. Ir à Rua das Palmas não me custa nada, mas não é até lá que minhas intenções querem me levar; elas querem que nós vamos a um lugar mais reservado. O problema... Bem, o problema é que não disponho de tempo nem fundos para ir a um lugar mais reservado... Raios!

Temo ter que recusar seu nobre convite. Mas não o faço por faltade vontade; faço por falta de... não sei o que. Talvez um dia conversemos melhor sobre isso. Agora, com licença, preciso regressar à Rua das Palmas com certa urgência. Vemo-nos em breve. Espero.

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