sábado, 23 de novembro de 2013

As músicas da minha vida

Bom dia.

São quase seis da manhã agora e eu vim aqui escrever este post porque não consigo dormir. Aliás, este post não é inédito; lembro de tê-lo feito há alguns anos, num blog que já não existe mais, e a ideia veio de uma querida amiga com da qual a vida me afastou sem que eu soubesse mais notícias: Josy. Saudades, Josy. Volte.

O título do post resume tudo. Vou falar das músicas que entitulo "da minha vida" pelo fato de me tocarem profundamente (ó o innuendo) por motivos que tentarei explicar e porque acho que a galera não pode passar por essa vida sem ouvi-las. Para me poupar de ter que elencar em ordem de preferência, vou preservar a ordem alfabética. Vem, gente.

The Gathering - Amity


Why do I get the feeling they'll break it?
It's a fight... It's a fight...

Essa música sempre me intrigou de muitas maneiras e em muitos níveis. A batida me é estranha, o clima é estranho, a letra mais ainda. Eu não sou muito bom com versos, mas os dessa música em especial não fazem muito sentido pra mim. Em inglês, "amity" é algo como "cordialidade", mas a letra toda parece ser um sermão nada cordial. E o refrão piora tudo. "Eu me deito nas mãos do meu criador e quero passar o resto disso acordada. Por que tenho a sensação de que eles vão quebrar isto? É uma luta". Mas o que realmente me leva pra outra dimensão aí são as guitarras. The Gathering sempre conseguiu fazer umas manobras incríveis com as guitarras, e aqui não é diferente.

Delta Goodrem - Angels in the Room


This must be what's Heaven's like
Must be angels in the room... tonight

Talvez a única música da Delta que tenha feito sucesso no Brasil back in 2004 tenha sido Born to Try, quando foi trilha sonora de Celebridade. Acho que a Delta é minha cantora preferida... Mas demorou algum tempo até eu reparar nessa música, Angels in the Room. Fala de um eu lírico que se encontra em estado de devaneio por estar nos braços de alguém amado, daí é como se houvesse anjos no quarto. É o tipo de música que fala de amor sem falar, coisa que eu adoro. O arranjo é simples, mas tem um tipo de grandiosidade que me encanta. Um prato cheio pros românticos incuráveis, tipo eu.

Hanne Hukkelberg - Blood From a Stone


Tell me who gave you these rules
Oh, you never made no promise, boy

Quem me apresentou essa música foi o Lauro, lá nos tempos áureos do Orkut. O barato da Hanne é fazer som de coisas inusitadas, tipo tampa de panela, porta de geladeira e tudo que existe no mundo. Blood From a Stone fala de personalidade/comportamento; nada demais. Mas a guitarra de jazz e a melodia da letra ganharam meu coração pra sempre desde a primeira ouvida. E esse clipe também é uma viagem, literalmente.

Lana Del Rey - Born to Die


Sometimes love is not enough
And the road gets tought; I don't know why

Eu sei, eu sei. Parece que rola um preconceito com a nossa amiguinha Del Rey, mas gente, deixa eu contar um negócio: depois que vc ama, tipo de verdade, tudo que essa mulher escreve, de alguma forma, em algum momento, vai fazer sentido. Pra mim fez, faz e vai continuar fazendo. Lana descreve as dores do amor de forma simples e muito pontual, e Born to Die é um dos muitos exemplos que existem por aí mostrando isso. E pelamordedeus: olha esse clipe. É de cortar os pulsos.

Tristania - Deadlands


We're through
But the world keeps spinning endlessly

Confesso que essa música já significou mais pra mim, mas, ainda assim, ela deve aparecer aqui. Conheci o Tristania em 2007, quando o Ilumination tinha acabado de ser lançado. Deadlands me traz um sentimento de nostalgia que eu gosto de sentir. É uma sensação de bucolismo, de frio e montanhas... Sabe Brokeback Mountain? Aquele cenário todo? É aquilo. Não é uma paisagem em que eu já tenha estado, mas me dá aquela vontade de querer voltar lá. Coisa de artista, gente. A letra, como sempre, fala de um amor estranho, mas aparentemente acabado. "Palavras foram ditas, minhas correntes foram quebradas. Essa rua tem um fim. Eu falhei, mas isso não se repetirá". Agora ouve isso na voz chorosa da Vibeke. O pranto é livre.

Theatre of Tragedy - Fade


And I fade like the dew before the sun
Silence of our ceased memories

Fade me ganhou pelo piano. Theatre sempre teve essa habilidade de misturar metal e piano com maestria. Em Fade não é diferente. Fade fala de lembranças, tema que também me derruba, ainda não sei bem o porquê. Se não entendi errado, é sobre aquele amor que ainda existe  mas não pode ser vivido porque os amantes já não são mais os mesmos, sabe? "Nos nossos sonhos, tudo continua o mesmo; movimentos decadentes. Oh, e tudo mudou agora...". Ai ai. Até suspirei. Acho que agora entendi o negócio das lembranças.

Marli - Flores de Ipirá


Seus olhos tão distantes, que me procuravam
E agora eu procuro cada sorriso perdido

98% da população que conhece Marli não a leva a sério. Desses 98%, creio que 98% não ache que ela quer ser levada a sério. É claro que ela não canta nada, é claro que as metáforas são engraçadas e que tem muita coisa que impede qualquer rastro de seriedade. Mas ó: uma visita ao site dela e uma leitura rápida sobre os álbuns e dá pra ter uma ideia das histórias que se tem pra contar. Flores de Ipirá é mais uma que fala de lembranças, mas dessa vez é aquela saudade que dói, sabe? Saudade daquilo que não volta mais? Pois é. Ouve aí e sente vc tbm. E o instrumental dessa música é de matar, aliás. Mesmo.

Within Temptation - Forgiven



Everything turned out so wrong
Why did you leave me in silence?

Por falar em Brokeback Mountain, essa música surgiu mais ou menos nos mesmos momento e contexto; 2007 e aquela coisa toda, que foi quando eu vi o filme pela primeira vez e fiquei em depressão-pós-filme por mais de uma semana.  A música fala de perda, de alguém que ficou pra trás, helpless e é importante pra mim de certa forma porque foi uma das primeiras que aprendi a tocar no teclado. E o instrumental dela, pra mim, forma uma das baladas mais bonitas ever.

Delta Goodrem - Fortune and Love


I am you and you are me
You deserve every possibility

Ó ela aqui de novo. Mesma história: piano, amor e tradução da alma. Aquele tipo de música que fala por vc, ou por mim, no caso. All the lines are relatable, nessa música. Todos.

Pet Shop Boys - It's Alright


Let your body move tonight
Cause it's gonna be alright

Essa música tem meio que um cunho social, parece. A letra fala de política, algo sobre ditadura no Afeganistão (?) e revolução na África do Sul. Isso em 1988. Ao mesmo tempo, fala de esperança e que a música é algo que nunca vai deixar de existir etc. Tem um coral de negonas maravilhoso no começo e no final, também. A versão do álbum tem nove minutos, boa parte destes, instrumental, e são nove e minutos impuláveis. Para ouvir em momentos de descrença.

Sarah Brightman - Only an Ocean Away


More than a lifetime; it goes on forever
But it helps to remember you're only an ocean away

Agora é a parte ~cheesy~ do post. Essa música entra pra lista pelo fato de, não sei o motivo, me lembrar meu querido amigo Gustavo, do qual a vida afortunadamente me reaproximou depois de um período meio turbulento etc. E esse cidadão é apenas uma das (poucas) pessoas que eu mais amei, e ainda amo, claro, em toda a vida e o melhor amigo que eu já tive, tenho e terei. Sendo assim, Only an Ocean Away não poderia não estar aqui, além, óbvio, de que a música é maravilhosa.

Theatre of Tragedy - Poppaea


Let me dote thine twain
And twine them apart

Poppaea Sabina foi o capeta em forma de mulher, e essa música fala sobre ela. "Assassina negra -- O Diabo". Ou seja: não tem nada de sentimental que se possa extrair dela pra justificar sua presença nesta lista. O negócio é que Poppaea faz parte de um álbum (Aégis) do qual todas as músicas vão lá na alma. TODAS. Só que Poppaea vai mais fundo, pelo menos na minha. Ui.

Nightwish - Sleeping Sun


Oh, how I wish to go down with the sun
Sleeping, weeping with you

Olha, essa música fala de um eclipse. Simplesmente. Mas a melodia, o instrumental e, principalmente, o clipe de 97 (tem outra versão, 2005) são de acabar com a vida de qualquer um. Sem contar que só a Tarja pode cantar essa música.

Lacuna Coil - Stars


We'll take our hearts outside
Leave our lives behind

Na verdade a versão original dessa música é de um grupo chamado Dubstar, mas a versão do Lacuna... Nunca entendi bem sobre o que fala a letra; penso que é sobre solidão, ou ausência de amigos, mas seja lá o que for, basta.

Lost Song - We're Two


Essa música foi feita por mim. Pra quem não sabe, Lost Song é minha banda de uma pessoa só. Mas eu não canto, é tudo instrumental. We're Two eu fiz em homenagem a alguém que amei profundamente, com todo meu coração, mas que o destino arrancou de mim, pra sempre, acredito; alguém este que é a razão de quase toda minha arte e que levou um pedaço de mim quando saiu da minha vida. Essa música foi um presente, na verdade, e imortalizou todo esse drama que eu contei.
_______________________________

E é essa a minha lista. Qual é a sua? Conte-me.

Apêndice:
(outras músicas que também são importantes, mas ocupam o segundo lugar)

Evanescence - Before the Dawn
Within Temptation - Bittersweet
Bertine Zetlitz - Blow Over
Jonna Lee - Closer
Lacuna Coil - Cold Heritage
Lost Song - Deep Sunken Sleep
Robyn - Eclipse
Tristania - Fate
Anouk - For Bitter or Worse
Fever Ray - Keep the Streets Empty for Me
Within Temptation - Memories
Evanescence - Missing
Marli - Planalto Central
Jonna Lee - Prints
Lana Del Rey - Summertime Sadness
Dido - The Day Before the Day
Sarah Brightman - This Love
Dido - Too Bad
Evanescence - Understanding (acoustic)

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Seja gentil. Palavra feia não se diz.